Marcelo Katsuki https://marcelokatsuki.blogfolha.uol.com.br Comes e Bebes Sun, 19 Dec 2021 14:08:37 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Arvo oferece experiência gastronômica que merece ser vivida no Recife https://marcelokatsuki.blogfolha.uol.com.br/2020/12/06/arvo-oferece-experiencia-gastronomica-que-merece-ser-vivida-no-recife/ https://marcelokatsuki.blogfolha.uol.com.br/2020/12/06/arvo-oferece-experiencia-gastronomica-que-merece-ser-vivida-no-recife/#respond Sun, 06 Dec 2020 20:47:21 +0000 https://marcelokatsuki.blogfolha.uol.com.br/files/2020/12/arvo20-abre-320x213.jpg https://marcelokatsuki.blogfolha.uol.com.br/?p=17952 Em recente viagem ao Recife fui conhecer o Arvo, restaurante instalado em um amplo e arborizado quintal que eu já vinha namorando pelas redes. Esse modelo de proposta causa uma especial atração nos grandes centros com seu apelo de “quintal de casa da avó”, mas é notório que ter apenas um espaço aconchegante não basta.

No setor de alimentos e bebidas, cada vez mais é a experiência que conta: comida, serviço, ambiente e, claro, boa companhia. E quando essa equação se encontra em uníssono é que entendemos a aplicação do termo “restauração”. Essa é a magia dos restaurantes verdadeiramente bons.

 

As paredes pintadas por artistas locais fazem do quintal uma verdadeira galeria ao ar livre.

A cena gastronômica no Recife é rica e diversificada. A oferta de frescos pescados divide a atenção com carnes em preparos regionais e vem se renovando com a adoção de técnicas e novas abordagens. É aí que entra a cozinha do Arvo. O chef Pedro Godoy, formado em Gastronomia pelo Senac PE, tem em sua bagagem experiências no Oficina do Sabor e no Beijupirá, de Olinda, e no Wiella Bistrô, no Recife, além de uma temporada de três anos na Austrália. E o Arvo surgiu há um ano como um espaço para exercitar uma cozinha estimulante que renova a culinária regional com pratos criativos e ricos em sabor.

A casa ocupa um terreno enorme repleto de árvores –de onde se originou seu nome– e é um lugar para ser contemplado. O público, de perfil bastante plural, chega para o café da manhã nos finais de semana e acaba emendando o almoço. Godoy e seu sócio, Eduardo Freyre,  anunciam para breve a abertura de uma escola de gastronomia no local. Viva o empreendedorismo!

 

O atum curado (R$ 70) é uma ótima maneira de se começar uma refeição no Arvo. Traz lâminas do peixe curado cobertas com aioli, alcaparras, passas condimentadas, pétalas de flor e brotos. Vem acompanhado de pão pita feito na casa.

 

Os croquetes de cupim (R$ 28) também fazem bonito. Chegam crocantes e sequinhos explorando bem o sabor untuoso da carne, que pode ser realçado pelo vinagrete de pimenta de cheiro e também pelo aioli.

 

A carta de drinques é assinada por Dilton Sales e traz criações como o La Tamarinda (R$ 25), com gin, tamarindo, suco de laranja e soda e o Tacagin, coquetel refrescante que vem na cuia de tacacá, com gin, xarope de tamarindo, tônica e canela.

 

O burguinho de carneiro (R$ 40) tem a carne grelhada e caramelizada no próprio glacê, potencializando o seu sabor. E o chef escolheu o macio pãozinho delícia para a montagem, coberto com parmesão.

 

Essa panelinha acomoda cubos de cupim assado no creme de milho (R$ 40), uma combinação que encanta. Chega acompanhada de vinagrete de feijão verde e farofa de flocão de arroz.

 

Eis que surge a carne de sol de filé mignon com nhoque frito (R$ 98). Uma porção para ser compartilhada que traz a carne fatiada sobre um irresistível roty de rapadura e cebolas tostadas. Um caldo denso para ser saboreado até a última gota.

 

O nhoque de batata com parmesão vem empanado, coberto com cebolas fritas sobre um bechamel de milho verde. Um acompanhamento com cara de protagonista e que se mostra surpreendentemente leve.

 

Como terminar essa refeição com mais brasilidade? Peça o pudim cremoso de tapioca ao leite de coco fresco (R$ 30) com sorvete de açaí, pipoca caramelizada com leite em pó e calda quente de cupuaçu.

 

Outra opção é o Chocolatudo (R$ 28), que traz o ingrediente em cinco texturas. O cheesecake (R$ 25), discreto ali no fundo da foto, traz calda de morango e utiliza biscoito de amêndoas. Trivial que surpreende.

 

A horta do restaurante ocupa o terreno atrás da cozinha e fornece boa parte das ervas e hortaliças utilizadas nos preparos.

 

O Arvo é mais uma das atrações imperdíveis do Recife, juntamente com outros dois “quintais” favoritos: o Cá-já e o Reteteu Comida Honesta. Lugares para se comer bem em ambientes aprazíveis, conectados às ricas tradições regionais mas com um pé no futuro.

Arvo Restaurantemapinha aqui
Endereço: rua Djalma Farias, 170, Torreão, Recife/PE
Almoço: terça a domingo – 11h45 às 16h / Café da manhã : Sáb e dom – 08h às 11h
Fotos: Marcelo Katsuki/Folhapress e divulgação (foto do chef)

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Quentinhas https://marcelokatsuki.blogfolha.uol.com.br/2020/07/17/quentinhas-100/ https://marcelokatsuki.blogfolha.uol.com.br/2020/07/17/quentinhas-100/#respond Fri, 17 Jul 2020 21:42:11 +0000 https://marcelokatsuki.blogfolha.uol.com.br/files/2020/07/ag20-3yvy.jpg https://marcelokatsuki.blogfolha.uol.com.br/?p=17628 Como expressar toda a complexidade de um país em uma garrafa de gim? A YVY Destilaria mirou nesse desafio e criou não uma, mas três garrafas: a primeira trilogia de gins brasileiros. São eles: MAR, inspirado no estilo London dry clássico, com uma combinação de ingredientes que chegaram aqui com os imigrantes como cardamomo, kombu, noz-moscada e canela; TERRA, com sabor potente, herbal e acento terroso, promove os biomas brasileiros e utiliza 19 ingredientes dos povos nativos como o cacau, a baunilha do cerrado e o chá-mate; e AR, frutado e cítrico e que representa o Brasil contemporâneo e globalizado, marcado por notas de pitanga, morango silvestre, açaí e guaraná. Uma trilogia que é a cara do brasil, em toda a sua pluralidade. Os gins estão sendo vendidos através do site da destilaria em conjunto (R$285) ou separadamente (R$99, cada). Informações e vendas para bares, restaurantes e hotéis pelo e-mail comercial@yvydestilaria.com.br.

 

Há dois anos, voltando de Bordeaux, comprei dois vinhos da Mouton Cadet no aeroporto e me arrependi de não ter trazido mais. Tinham uma ótima relação de custo e benefício, pois têm a proposta de democratizar o consumo dos vinhos de Bordeaux no mundo com rótulos elegantes e de forte personalidade. A vinícola pertence a uma das famílias mais prestigiadas de Bordeaux, a Baron Philippe de Rothschild e seus vinhos chegam agora ao Brasil através da La Pastina, que está trazendo os rótulos Mouton Cadet Rouge 750ml (R$ 168,00) e 375ml (R$ 89,00), Mouton Cadet Sauvignon Blanc (R$ 168,00) e Mouton Cadet Rosé (R$ 168,00), da Linha Classic; e Mouton Cadet Pauillac (R$ 438,00), Mouton Cadet Saint-Émilion (R$ 328,00), Mouton Cadet Médoc (R$ 268,00) e Mouton Cadet Sauternes 750ml (R$ 434,00) e 375ml (R$ 227,00), da Linha Réserve. À venda nos empórios ou pelo telefone (11) 4003-4866, WhatsApp: (11) 97636-5237 e pelo e-mail televendas@lapastina.com, com entregas para todo o Brasil.

 

A Chocolat du Jour lançou sua primeira coleção de barras “bean to bar”, feitos com cacau fino, 100% brasileiro. São oito barras de 80g (cada uma custa $25) que trazem combinações consagradas pela marca e algumas novidades. A barra Alegria traz chocolate ao leite com macadâmia; a Euforia, chocolate branco com pistache. Fantasia é puro chocolate brûlée com caramelo flor de sal enquanto a barra Joy traz chocolate zero açúcar com amêndoas. As compras devem ser feitas no site da Chocolat du Jour. Em tempo: o Choco Pane, que traz pedaços de panetone cobertos com chocolate, foi relançado e está revertendo parte da verba para o Projeto Velho Amigo. Uma das coisas mais gostosas do Natal passado.

 

Meu café da manhã favorito tem um sanduíche enorme de carne ou mandioca frita. É uma tradição em casa, rs. Quando recebi o pacote da Bendita Mandioca para testar, pensei logo na praticidade. Daí descobri que ela ficava melhor assada ou na air fryer –ou seja, além de tudo é mais saudável. Antes de por no forno dá para temperar com sal, ervas e azeite. Testei frito também, mas preferi assado: fica mais macio, saboroso e não corre o risco de se desmanchar. A Bendita Mandioca é 100% natural, sem amido nem conservantes. O pacote com 400g sabor Natural custa R$ 11,99, enquanto nos sabores Picante e Provolone saem por R$ 13,00 cada. Os pedidos devem ser feitos pelo site da empresa ou pelo WhatsApp: (11) 98829-8046.

Aprenda a fazer bolinho de mandioca com recheio de carne moída.

 

Hellcife News: foi no restaurante Varanda, em Fernando de Noronha (PE), que comi o melhor parmegiana com macarrão ao sugo (foto) –uma combinação divina. Foi lá também que comi o mais gostoso gratinado de frutos do mar. E aquele quiabo com camarão? Pratos perfumados e enormes, que deixam o paraíso ainda mais aprazível! Pois o restaurante inaugurou hoje seu serviço de delivery no Recife (PE), uma ótima oportunidade para conhecer a cozinha da chef Jaqueline Dantas (Kel) e se deliciar com uma das melhores cozinhas da ilha. Tem também camarão ao creme de abóbora, moqueca de peixe com camarão, e ainda as crocantes iscas de peixe empanadas com gergelim. O cardápio pode ser consultada no perfil do Instagram do restaurante: @varandanoronha e os pedidos feitos pelo WhatsApp (81) 99632-0572. A área de entrega compreende as zonas Sul e Norte da capital pernambucana. Imperdível, visse?

Aprenda a fazer pizza de cuscuz na frigideira!

Fotos: divulgação e Marcelo Katsuki/Folhapress

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Restaurante São Pedro encanta com pratos do mar no centro do Recife https://marcelokatsuki.blogfolha.uol.com.br/2020/02/09/restaurante-sao-pedro-encanta-com-pratos-do-mar-no-centro-do-recife/ https://marcelokatsuki.blogfolha.uol.com.br/2020/02/09/restaurante-sao-pedro-encanta-com-pratos-do-mar-no-centro-do-recife/#respond Mon, 10 Feb 2020 02:03:07 +0000 https://marcelokatsuki.blogfolha.uol.com.br/files/2020/02/spr20-abre-320x213.jpg https://marcelokatsuki.blogfolha.uol.com.br/?p=17210 Um salão diminuto com seis mesas. No menu, duas entradas, três pratos principais e apenas uma sobremesa. Ousado, não? Pois é aí que reside o charme do restaurante São Pedro, no centro do Recife.

 

Localizado no Pátio de São Pedro, o restaurante ocupa essa casinha verde ao lado da Igreja de São Pedro dos Clérigos, reaberta em dezembro de 2017. “O São Pedro faz parte de um projeto maior de tentarmos de certa forma revitalizar o centro, tão lindo mas tão sucateado”, contou o chef Thiago das Chagas.

 

Pequenino, já abre com fila na porta em plena segunda-feira. Cheguei às 11h45, 15 minutos antes da abertura, e garanti a quarta posição. Há algumas mesinhas na calçada mas não quis arriscar –sou afobado e calorento.

 

Os preços são justos, assim como os praticados na outra casa do chef, o Reteteu Comida Honesta, localizado numa casa na zona Norte da cidade. Mas se lá brilham os ingredientes regionais, aqui o foco são os pescados e frutos do mar.

 

Minha entrada foi um tartar de peixe (R$ 29,50) com pescada amarela, caju, castanha, coalhada seca, suco de limão e Cajuína. Um prato perfeito para o calor: refrescante, leve e com uma gostosa acidez. Acompanhou bem o Chardonnay geladinho, vendido em taças (R$ 15).

 

Não dava para sair de lá sem provar o carro-chefe da casa: arroz de caranguejo (R$ 33,50). O caldoso arroz é finalizado com tomatinhos e carne de caranguejo. Sobre ele, patolas empanadas e fritas que chegam ainda crocantes para deleite dos comensais.

 

A versão com camarões tem o mesmo preço (R$ 33,50) e traz os crustáceos empanados. Escolha o seu favorito ou peça os dois e compartilhe com amigos.

 

Acabei provando o terceiro prato e me surpreendi. O baião de peixe (R$ 32,50) é feito com arroz vermelho, feijão verde e nata que confere uma cremosidade e um sabor ímpar. Leva ainda queijo coalho e bacon. Para arrematar o prato, postas de pescada empanadas, cebolas douradas e picles de rabanete. Que riqueza de sabores!

 

A sobremesa também é imperdível. Uma torta de chocolate (R$ 17,90) com crocante de amendoim e calda de caramelo salgado. É enorme, dá para dividir. Acompanha sorvete de amendoim, mas que derreteu com tanto calor.

 

O salão, pequenino mas climatizado. Tem até uma cortina de ar para impedir que o ar escape –sob a qual eu me sentei e passei momentos muito agradáveis.

 

A casa abre apenas de segunda a sexta-feira, das 12h às 15h. E vale muito o passeio. Além da ótima comida e do preço honesto, o restaurante está localizado em uma área de comércio popular cheia de badulaques. De fantasias para o Carnaval até a pomada Canela de Velho, que nunca falta em casa. E você ainda pode comprar uns artesanatos no Mercado de São José, ali ao lado. Uma beleza de passeio.

Restaurante São Pedromapinha aqui
Rua das Águas Verdes, 52, Pátio de São Pedro, Recife. Tel.: (81) 3224-0129
Fotos: Marcelo Katsuki/Folhapress

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Coisas para se comer no Recife https://marcelokatsuki.blogfolha.uol.com.br/2019/11/29/coisas-para-se-comer-no-recife/ https://marcelokatsuki.blogfolha.uol.com.br/2019/11/29/coisas-para-se-comer-no-recife/#respond Fri, 29 Nov 2019 22:54:09 +0000 https://marcelokatsuki.blogfolha.uol.com.br/files/2019/11/ag19-abre-320x213.jpg https://marcelokatsuki.blogfolha.uol.com.br/?p=17069 Passei uma semana no Recife revendo lugares e amigos, mas também fui atrás de novidades. Visitei também Gravatá, que terá um post em breve, com todos aqueles barzinhos e lugares interessantes. Mas vamos aos destaques da capital pernambucana, destino sempre certo do “japa das comidas”, como já me chamaram lá, rs.

 

Uma das novidades que encontrei em minha recente viagem ao Recife foi a padaria Augusta, ali na Conselheiro Aguiar, 1.980, em Boa Viagem. A frente lotada de carros assusta um pouco mas dentro estava super tranquilo. O local é amplo, tem uma equipe bem treinada e muito gentil. E pães de fermentação natural deliciosos. Há muitos pães portugueses e até pastéis de nata. Um pequeno mas eficiente empório foi perfeito para comprar todos os itens para o café da manhã, já que eu estava em um flat. Ah, e os patês feitos na casa são uma delícia –e a atendente uma simpatia. Recomendo. O telefone é (81) 3128-3900.

 

Nessa viagem também pude conhecer os doces da Dona Rosa Otaviano, da Oficina Otavianas, que existe há cinco anos no Recife. Os doces e bolos, todos de confecção artesanal, são impecáveis –veja essa gavetinha de docinhos acima, que beleza. Suas criações têm inspiração em Portugal com muitos doces conventuais mas também doces regionais. O bolo de rolo é fantástico: molhadinho e com aquele sabor de goiabada. E a Dona Rosa lançou agora uma coleção de doces para o Natal, com biscoitinhos, bombons e outras delícias. O telefone da Oficina Otavianas é (81) 98306-6052.

 

Quando entrei no Mooo Sanduich Bar, logo me identifiquei. No som rolava The Smiths, que foi seguido por outros hits dos anos 80. A casa tem ambientação moderninha, iluminação baixa mas também é pet friendly: logo na entrada, um cercadinho permite que você fique com o seu animal de estimação. E os petiscos foram o grande destaque. Meu favorito foi o charuto choripan (R$ 19,90 – foto), um pastel comprido recheado com linguiça e molho chimichurri cremoso. O quibe curado feito com carne de sol e servido com nachos e creme azedo também é uma delicia. A salada, deliciosa, é bem servida. Dos hambúrgueres, vale resssaltar o pão brioche, macio e saboroso. Uma casa para se voltar. O Mooo fica na Av. Eng. Domingos Ferreira, 4236, Boa Viagem.

 

Voltei ao Hot Cozinha Casual, restaurante do chef Armando Pugliese, que está sempre fazendo consultorias para outros restaurantes, e fiquei bastante surpreso. Armandinho, como é conhecido, está cozinhando muito! Num rápido almoço durante a semana provei quatro pratos e todos estavam perfeitos. Esse salmão com pasta de missô e risoto de limão siciliano (R$ 69) foi um dos melhores dos últimos tempos: despretensioso, mas não no sabor. O pudim frito também foi uma boa surpresa. Os formigões devem adorar. O Hot fica na rua Capital Rebelinho, 478, no Pina.

 

A Oficina do Sabor, do chef César Santos, comemorou 27 nesse mês em Olinda e segue firme e forte com sua cozinha regional marcada pela combinação de frutos do mar com frutas. Na foto, o jerimum recheado com camarão ao molho de manga (R$ 154), um clássico da casa que sempre agrada. Para quem preferir carne, o charque à moda do chef (R$ 109) traz a carne desfiada e frita, servida com purê de macaxeira, farofa de Jerimum e cheiro verde. Esse purê é quase um aligot regional, dá para se comer puro. A Oficina do Sabor fica na R. do Amparo, 335, em Olinda, a um pulinho do Recife. O telefone é (81) 3429-3331.

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Castelus, no Recife, renova sua cozinha regional com criações contemporâneas https://marcelokatsuki.blogfolha.uol.com.br/2019/06/18/castelus-no-recife-renova-sua-cozinha-regional-com-criacoes-contemporaneas/ https://marcelokatsuki.blogfolha.uol.com.br/2019/06/18/castelus-no-recife-renova-sua-cozinha-regional-com-criacoes-contemporaneas/#respond Tue, 18 Jun 2019 22:38:47 +0000 https://marcelokatsuki.blogfolha.uol.com.br/files/2019/06/cast19-abre-320x213.jpg https://marcelokatsuki.blogfolha.uol.com.br/?p=16652 Instalado no pátio do Instituto Ricardo Brennand, o Castelus Restaurante une sua caprichada cozinha nordestina ao belo cenário local, formado por palmeiras e árvores centenárias. A entrada monumental conduz para o restaurante e também para o museu.

 

O chef da casa é o também restauranteur Abdo Vila Nova (foto), expert em gerenciamento de negócios na gastronomia. Abdo está promovendo uma revolução no cardápio: criando pratos, renovando outros, numa notável consolidação de uma cozinha mais contemporânea. Nessa última visita dividi alguns pratos com amigos para poder provar vários, por isso as porções estão menores nas fotos. Quem conhece a mesa pernambucana sabe que ela é marcada pela fartura.

 

Comece sua refeição com o encorpado caldinho de feijão (R$ 9). A bonita montagem traz crispy de couve e um ovo de codorna apoiados em tiras de bacon. Acompanham ainda picles de maxixe e um gomo de laranja cravo.

 

O pastel de chambaril (R$ 9) também não deve ser ignorado. Traz o ossobuco preparado à moda pernambucana mas desfiado e finalizado com ovo cozido. A massa, rústica, é espessa na medida, e traz aquele gostinho de comida caseira.

 

A pescada ao perfume de moqueca (R$ 65 – na foto em porção reduzida) vem com camarão e requeijão Campo da Serra, sobre arroz finalizado em molho cremoso de moqueca, onde se sobressai o dendê. A palha de batata doce confere textura e um leve adocicado ao prato.

 

O salmão Brennand (R$ 58 – na foto em porção reduzida) é grelhado e recebe nuts com manteiga e mel. Vem acompanhado por uma musseline de couve-flor, mas o destaque fica mesmo para os legumes glaceados, frescos e tenros.

 

A paleta no cajueiro (R$ 52 – na foto em porção reduzida) traz o medalhão de cordeiro sobre um gostoso roti de caju com cubinhos da fruta. Acompanha uma musseline de batata doce com pó de hortelã e uma farofinha de castanha.

 

Estava ansioso para provar o arroz de chambaril (R$ 42 – na foto em porção reduzida). Feito com arroz vermelho em um potente ragu de ossobuco desfiado, vem com limão para quebrar um pouco da untuosidade. As telhas de milho são feitas na casa e conferem crocância ao prato, que traz ainda um osso com tutano, pequena joia da cozinha regional.

 

A carne de sol Castelus (R$ 54 – na foto em porção reduzida) surpreendeu. Feita com corte Angus, é macia e muito saborosa. O inusitado fica por conta do caldo de feijão preto, que funciona muito bem como molho. Completam o prato um purê de abóbora, folhas de couve fritas e um arroz cremoso do sertão que, de tão gostoso, poderia ser degustado puro.

 

Eu já conhecia a paella recifense (R$ 62), por isso apenas provei o prato. Ele traz o arroz com açafrão cozido na água e no leite de coco, num refogado que mistura charque, cordeiro, mexilhão, lula, marisco, camarão, lagosta e frango, além de lascas de coco verde. O prato está bem mais leve, colorido, mas não menos saboroso.

 

Uma das novas sobremesas é o pomar de chocolate (R$ 26), um bombom recheado com ganache de chocolate meio amargo. Ladeiam o doce um surpreendente toffee de cajá, doce de acerola e creme de cupuaçu, além de terra de cacau. A brincadeira consiste em quebrar o bombom e ir recheando com todas essas delícias.

 

Mas eu me apaixonei mesmo foi pelo caju cartola (R$ 25). Nessa recriação da tradicional sobremesa pernambucana, a banana é substituída pelo doce de caju, que acomoda o queijo manteiga tostado. Uma beleza! O doce traz ainda farofinha de castanha com canela e sorvete de castanha.

 

Fachada do restaurante, toda feita em tijolinhos e com belos vitrais. No interior, estátuas e quadros dividem a atenção com um grupo de jazz, que embala as tardes da casa.

Castelus Restaurantemapinha aqui
R. Mário Campelo, 700 – Várzea, Recife/PE – Tel. (81) 3423-4122
Fotos: Marcelo Katsuki/Folhapress

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Quentinhas pernambucanas https://marcelokatsuki.blogfolha.uol.com.br/2019/01/28/quentinhas-pernambucanas/ https://marcelokatsuki.blogfolha.uol.com.br/2019/01/28/quentinhas-pernambucanas/#respond Mon, 28 Jan 2019 22:35:06 +0000 https://marcelokatsuki.blogfolha.uol.com.br/files/2019/01/ag19-zen-abre-320x213.jpg https://marcelokatsuki.blogfolha.uol.com.br/?p=16194 Depois de uma semana saracoteando pelo Recife e arredores, a gente volta cheio de novidades, claro. A cena gastronômica na capital pernambucana é fervida e não faltam novidades. Vem ver uma seleção quentinha!

 

O Zen Comida Japonesa, que forma longas filas de espera em sua matriz em Piedade, abriu uma casa em Olinda. Trata-se do primeiro restaurante da rede em formato de franquia e ocupa um ponto privilegiado no Shopping Patteo Olinda, com uma gostosa varanda. O bacana no Zen é que eles funcionam tanto como rodízio como à la carte. E o sistema de rodízio permite que você selecione apenas os itens de seu interesse, chegando à sua mesa sushis preparados na hora. O preço é outro atrativo: de R$ 54,90 (almoço durante a semana) a R$ 62,90 (jantar no final de semana). O Zen Olinda fica na rua Carmelita Muniz de Araújo, S/N, Casa Caiada.

 

O chef César Santos lançou o seu novo prato da Boa Lembrança, o Camarão à Vita, criado em homenagem à sua mãe e repleto de referências das lembranças de sua infância. O prato traz camarões em um molho de café, encorpado, especialíssimo. A combinação pode parecer meio inusitada, mas basta uma primeira garfada para ver que esse molho traz muito mais que café: é denso, tem uma base que lembra um rico demiglace e traz notas de conhaque. De acompanhamento, fatias de bolo salgado de mandioca grelhadas. Muito bom! O prato custa R$ 96 e o Oficina do Sabor fica na rua do Amparo, 335, Olinda, telefone (81) 3429-3331.

 

O Wiella Bistrô é conhecido por sua cozinha clássica, tradicional. Pedro Godoy, o novo chef da casa, lançou um cardápio onde introduz um pouco da cozinha contemporânea internacional, com foco na técnica, que ele traz na bagagem depois de anos viajando e cozinhando pelo mundo. No destaque, Haddock defumado, sour cream, tabule especial, hommus e pão frito e Tapioca suflada com vinagrete de polvo (Fotos: Gustavo Belarmino). O Wiella Bistrô fica na Av. Eng. Domingos Ferreira, 1274, Pina, telefone: (81) 3463-3108.

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O chef Claudemir Barros, do Oleiro (leia matéria sobre o restaurante aqui) recebe o chef Rodrigo Oliveira, do Mocotó (SP) para um jantar no Recife no dia 6 de fevereiro. Os chefs vão preparar um menu com cinco etapas que exaltará a gastronomia brasileira para celebrar os seis meses da casa recifense. O Oleiro fica na rua Albino Meira, 58, Parnamirim. Informações pelo telefone (81) 3128-1708.

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Os irmãos Júlio e Hugo Prouvot estão de casa nova na cidade: Aura, localizada no Pina. O restaurante oferece uma culinária focada na qualidade dos ingredientes: de pescados frescos e camarões selvagens ao prime rib de red angus. Júlio conta que tudo foi pensado nos mínimos detalhes, das louças à carta de vinho com rótulos selecionados a dedo. O Aura fica na rua Herculano Bandeira, 287, no Pina.

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A chef Sofia Mota prepara sua volta às cozinhas no final de fevereiro no Nosso Empório e Bistrô, casa que será inaugurada no bairro de Casa Forte, zona norte do Recife. A chef uniu-se a Thulio e Roberto Guerra para o novo empreendimento, onde promete realizar uma cozinha enxuta mas cheia de referências afetivas, sempre de voltada para a valorização de ingredientes brasileiros.

Fotos: Marcelo Katsuki/Folhapress e Gustavo Belarmino/reprodução

 

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Oleiro, no Recife, renova a cozinha nordestina com valorização de produtos locais https://marcelokatsuki.blogfolha.uol.com.br/2019/01/08/oleiro-no-recife-renova-a-cozinha-nordestina-com-valorizacao-de-produtos-locais/ https://marcelokatsuki.blogfolha.uol.com.br/2019/01/08/oleiro-no-recife-renova-a-cozinha-nordestina-com-valorizacao-de-produtos-locais/#respond Wed, 09 Jan 2019 01:54:46 +0000 https://marcelokatsuki.blogfolha.uol.com.br/files/2019/01/ole19-abre8-320x213.jpg https://marcelokatsuki.blogfolha.uol.com.br/?p=16107 Último dia no Recife e a gente faz o quê? Vai conhecer um novo restaurante de cozinha brasileira, o Oleiro Cozinha Artesanal, do chef Claudemir Barros. A casa, localizada em Parnamirim, é toda decorada com artesanato de cerâmica pernambucana, daí o nome Oleiro, “artesão responsável por fabricar e comercializar objetos feitos de cerâmica”.

 

 

Claudemir é um grande chef e pesquisador pernambucano. O contato com a gastronomia começou cedo, com a mãe, cozinheira de mão cheia e que trabalhou por mais de 17 anos no Leite, tradicional restaurante da capital pernambucana.

O que mais me impressionou no enxuto menu do Oleiro foi a originalidade e a certeira seleção de pratos: fica difícil escolher qual comer. Por isso, a opção de menu degustação se mostra uma ótima alternativa, com 3 etapas por R$ 90 ou 5 passos por R$ 130. Seja qual for a sua escolha, o prazer está garantido. O restaurante tem uma cozinha afinada e rica em sabores regionais. Como define Claudemir, “a cozinha do Oleiro é brasileira com os dois pés no Nordeste”.

 

A tábua de frios (R$ 45) traz uma estimulante amostra de produtos da região, como salaminho e presunto Yaguara, requeijão de corte Campos da Serra, queijo coalho defumado, maxixe e geleia da vovó, feita com cajá. Acompanham pães de batata doce e de milho com erva-doce preparados por Sofia Mota, que cuida também das sobremesas.

 

O coalho defumado, iguaria produzida na fazenda Pedra Grande, aparece no carpaccio brûlée de coalho (R$ 25), acompanhado de tomatinhos e pesto. Daquelas entradas que fazem a gente querer voltar ao restaurante.

 

Os dadinhos de batata doce (R$ 25) remetem às causas limeñas mas são vigorosas: aparecem coroadas por rabada com agrião sobre um potente caldo de carne.

 

O polvo com umbu, couve-flor, farofa de cebola e praliné de castanha-do-pará (R$ 45) é uma entrada que impressiona pela maciez e sabor do molusco, e que pode até ser pedida como principal.

 

A casa é toda decorada com peças em barro de artistas como Zezinho de Tracunhaém, Nado de Águas Compridas e Daniel de Olinda. Não faltam os icônicos leões de Nuca –sonho de consumo que ainda habitarão a minha sala, rs.

 

Meu principal foi o peixe do dia (R$ 52), o prato mais pedido da casa, me falaram. O peixe é recheado com camarão e grelhado na folha de bananeira. Chega na mesa acompanhado por um delicado vatapá de jerimum e uma crocante farofa de amendoim. Você abre a folha e cobre o suculento pescado com um caldo de coco delicado e saboroso. Uma beleza.

 

O ossobuco (R$ 58), um corte tão emblemático do Nordeste, é cozido lentamente no próprio molho e vem guarnecido com lardo e um purê de fruta-pão aromatizado com chá verde.

 

O risoto de grãos (R$ 68) chega cremoso e tem seu sabor realçado pelo caramelo de umbu, vejam só. Sobre ele, camarões defumados com especiarias, que deixam a carne com um ponto mais firme e um sabor especial.

 

Detalhe da decoração do salão interno. A casa conta ainda com uma varanda e mesas ao ar livre em um pátio lateral.

 

A torta de banana nanica (R$ 22) foi aclamada por todos que provaram. Traz a fruta entremeada na massa e vem acompanhada por sorvete de doce de leite e toffe de caramelo.

 

A versão do Romeu e Julieta (R$ 22) de Sofia Mota, responsável pelas sobremesas, traz requeijão de corte Campo da Serra, que é coberto com compota quente de goiabada cascão caseira, sorvete de queijo e farofinha.

 

O bolo de bacia (R$ 19), um bolinho típico de Pernambuco, vem com quebra-queixo e sorvete de limão com uma haste de cana caiana.

 

Fachada da simpática casa, situada no bairro de Parnamirim.

O Oleiro tem uma cozinha afinada, que valoriza os produtores locais transformando seus ingredientes em joias da restauração. Perdoem o clichê, mas Claudemir Barros é, de fato, um grande artesão dos sabores.

Oleiro Cozinha Artesanalmapinha aqui 
Rua Albino Meira, 58, Parnamirim, Recife (PE) – Tel. (81) 3128-1708
Fotos: Marcelo Katsuki/Folhapress

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Cá-Já: um dos melhores restaurantes do Brasil fica no Recife https://marcelokatsuki.blogfolha.uol.com.br/2018/05/04/ca-ja-um-dos-melhores-restaurantes-do-brasil-fica-no-recife/ https://marcelokatsuki.blogfolha.uol.com.br/2018/05/04/ca-ja-um-dos-melhores-restaurantes-do-brasil-fica-no-recife/#respond Fri, 04 May 2018 07:31:02 +0000 https://marcelokatsuki.blogfolha.uol.com.br/files/2018/05/caja18-abre3-320x213.jpg http://marcelokatsuki.blogfolha.uol.com.br/?p=14997 Que me perdoem os bairristas, mas Recife é fundamental. Desde que conheci o Cá-Já, e também o Reteteu, —dois restaurantes pernambucanos fora do circuitão de Boa Viagem e que fazem uma cozinha excepcional— sonho em encontrar algo semelhante em São Paulo.

 

Restaurante Cá-Já no Recife, que serve comida brasileira contemporânea

Nem é pedir muito. Uma casa com quintal, um chef talentoso, uma cozinha honesta. Mas o Cá-Já vai além. Dos posts no instagram com a hashtag #PraCegoVer (para que deficientes visuais possam ouvir a descrição das fotos) até a hostess Maria Roberta (foto abaixo), uma garota trans que recebe os clientes com graciosidade ímpar, nota-se uma preocupação social bem acima da média. Tudo é muito bacana, inclusivo, inspirador. Em tempos de tanta busca por exclusividade e notoriedade a qualquer preço, o Cá-Já é sim, um alento.

 

Restaurante Cá-Já no Recife, que serve comida brasileira contemporânea

O restaurante ocupa uma casa dos anos 50 nos Aflitos, bairro da zona norte da cidade. A varanda é usada como  espera, onde você pode se servir de sacolés (ou dudu/dindin, como se diz por lá) dispostos em um isopor. Quando é tempo de manga, você também pode se servir da fruta disposta em gamelas e levá-la para casa —uma gentileza que desperta muitas memórias afetivas em quem já teve uma vizinha que oferecia as mangas do seu quintal através do muro de casa.

 

Restaurante Cá-Já no Recife, que serve comida brasileira contemporânea

Quem comanda a cozinha do restaurante é Yuri Machado, que já trabalhou em casas de Nova York, nos EUA, e de Lima, no Peru. No Brasil, passou pelo D.O.M. em São Paulo e pelo Ponte Nova, no Recife. O jovem chef faz uma cozinha brasileira com um olhar contemporâneo atual. Garimpa produtos de pequenos produtores e visita diariamente feirinhas orgânicas atrás de insumos para abastecer sua despensa. O resultado é uma cozinha fresca, criativa, bonita de se ver.

 

Restaurante Cá-Já no Recife, que serve comida brasileira contemporânea

A casa funciona com dois menus distintos: um para o almoço, com pratos para compartir, e outro para o jantar, ambos enxutos. A ideia é oferecer experiências diferenciadas, com mudanças também no ambiente, da iluminação ao set musical. Quem fez a consultoria foi Alan Machado, irmão do chef com grande experiência na área de hospitalidade. Completa o time Marina Moneta, a sócia encarregada da administração e das finanças.

 

Restaurante Cá-Já no Recife, que serve comida brasileira contemporânea

O sacolé oferecido como cortesia, na espera da varanda, é perfeito para aplacar o calor pernambucano. São esses pequenos detalhes que fazem do Cá-Já um lugar especial.

 

Restaurante Cá-Já no Recife, que serve comida brasileira contemporânea

E se você se sentar em uma mesa sem ombrelone, são oferecidos providenciais chapéus para se proteger. Aceite que o sol do Recife é só para os fortes –sem contar que e o estilo estará garantido.

 

Restaurante Cá-Já no Recife, que serve comida brasileira contemporânea

Cheguei atrasado e meus amigos já se deliciavam com um caldinho de sururu (R$ 14,90) daqueles! Denso e servido com limão e farofinha. E uma bela pimenta, claro.

 

Restaurante Cá-Já no Recife, que serve comida brasileira contemporânea

Um prato com corações de galinha (R$ 19,90)! Servido como um vinagrete, com ervas e até um rabanete. Essa criação sintetiza bem a cozinha do chef, que gosta de utilizar ingredientes pouco valorizados mas com novas abordagens.

 

Restaurante Cá-Já no Recife, que serve comida brasileira contemporânea

A favada (R$ 60,60) vem com um molho apurado e está meio escondida sob o refogado de carnes e temperos, mas é surpreendente! Serve de 2 a 3 pessoas e acompanha vinagrete e farofinha. Foi uma unanimidade na mesa.

 

Restaurante Cá-Já no Recife, que serve comida brasileira contemporânea

A peixada é preparada com o peixe do dia, uma cioba com textura firme, perfeita para o prato, que traz um caldo rico com tomate, pimentão, ovo cozido e cheiro verde. Vem acompanhada de arroz soltinho e um gostoso pirão. Olha esses tomates, que beleza.

 

Restaurante Cá-Já no Recife, que serve comida brasileira contemporânea

A cozinha ocupa a edícula dos fundos e é aberta para o quintal. O que impressiona é que o chef consegue extrair o máximo de sabor dos ingredientes com uma cozinha simples, sem fornos combinados ou equipamentos modernos.

 

Restaurante Cá-Já no Recife, que serve comida brasileira contemporânea

A rabada (R$ 63,90) chega macia, perfumada e é também bem servida. Traz folhas e uma bela batata doce orgânica.

 

Restaurante Cá-Já no Recife, que serve comida brasileira contemporânea

Do seu untuoso molho fez-se um belo pirão, de sabor intenso. Um pirão de rabada, pense?

 

Restaurante Cá-Já no Recife, que serve comida brasileira contemporânea

Provei ainda a caldosa galinhada da mama (R$ 58,90), farta, aromática e repleta de legumes grelhados como cenouras e maxixes. Vinha ainda coroada com uma sobrecoxa assada com ervas.

 

Restaurante Cá-Já no Recife, que serve comida brasileira contemporânea

Havia duas opções de sobremesa: um creme de maracujá com geleia de hibisco e crumble da casca da fruta com açúcar mascavo, com apelo bem caseiro mas com alguns diferenciais. E o guloso brigadeiro de colher (R$ 9,90) servido com uma telha de caramelo.

 

Restaurante Cá-Já no Recife, que serve comida brasileira contemporânea

A preocupação com os detalhes aparece na carta de drinques, elaborada pelo barman Luciano Melo (Pina Cocktails & Co) e no café servido, o Zuccon da Fazenda Santa Clara (Espírito Santo), que chega à mesa acompanhado das bolachinhas preparadas pela mãe do chef. Tem maneira mais carinhosa de se encerrar uma refeição?

 

O chef Yuri Machado (foto: Wagner Ramos/divulgação) e o gostoso quintal do restaurante. Vem pra Cá-Já!

Cá-Já Restaurantemapinha aqui
Rua Carneiro Vilela, 648, Aflitos, Recife (PE) – Telefone (81) 3126-0648.

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Reteteu tem comida honesta e mesas no quintal mais gostoso do Recife https://marcelokatsuki.blogfolha.uol.com.br/2018/04/08/reteteu-tem-comida-honesta-e-mesas-no-quintal-mais-gostoso-do-recife/ https://marcelokatsuki.blogfolha.uol.com.br/2018/04/08/reteteu-tem-comida-honesta-e-mesas-no-quintal-mais-gostoso-do-recife/#respond Sun, 08 Apr 2018 09:00:03 +0000 https://marcelokatsuki.blogfolha.uol.com.br/files/2018/04/ret18-abre-320x213.jpg http://marcelokatsuki.blogfolha.uol.com.br/?p=14884 O Reteteu Comida Honesta é o restaurante que eu sempre sonhei poder frequentar em São Paulo —mas ele fica no Recife. Uma casa despretensiosa, com varanda ampla e cheia de plantas, um quintal marcado pela sombra das árvores e uma comida encantadora.

 

Entrada do restaurante, que ocupa a antiga casa da avó do chef.

Eu nem conhecia o restaurante mas já me simpatizava com o nome “Reteteu Comida Honesta”. Porque é isso que a gente sempre procura: comida honesta, verdadeira, com preço justo, que possa ser compartilhada e que, sempre que possível, valorize o trabalho dos pequenos produtores. Assim é o Reteteu.

 

Tem coisa mais feliz do que entrar numa casa e dar de cara com um balcão de caipirinhas na varanda? Tem não!

Thiago das Chagas começou vendendo congelados em 2014 nesse mesmo endereço. Mas se engana quem pensa se tratar de um chef principiante. Thiago trabalhou durante quatro anos em Portugal, onde fez até um mestrado na Escola Superior de Hotelaria e Turismo de Estoril e trabalhou com o chef Nuno Mendes, em Londres, antes de voltar para o Recife.

A garagem ocupada por mesinhas na casa do bairro da Encruzilhada, no Recife.

O negócio dos congelados abriu o caminho para o restaurante, inaugurado um ano depois no mesmo local. O sucesso foi tanto que o chef e a esposa, que ocupavam a construção dos fundos, no quintal, foram desalojados para permitir a expansão do negócio. Sorte dos clientes que ganharam um espaço aprazível, com mesinhas à sombra de uma frondosa árvore. Passei uma tarde inteira ali com um grupo de amigos pernambucanos, sem pressa para ir embora. A comilança você vê abaixo.

 

Eu vi essa mesa e logo me empolguei: batidinha! Era suco, feito na hora. A garrafa custa R$ 15,50 mas já pensei numas doses de cachaça para arrematar. Inspirador, não?

 

Começamos com os deliciosos mini pastéis com carne de caranguejo, ovo cozido e picles de pepino (R$ 25,90 – 8 unidades) servidos com pimenta cumari. Eu gosto mais de carne de caranguejo do que de siri, então achei o sabor muito especial.

 

O caldinho de feijodada (R$ 9,50) traz uma cumbuca de caldo de feijão preto bem temperado acompanhado de um croquete feito com as carnes do preparo da feijoada, olha que legal.

 

A sugestão do final de semana era uma espetacular Caldeirada Pernambucana (R$ 98 para 3 pessoas), com polvo, camarão e lula em um encorpado molho com tomate e salsinha, acompanhado de pirão e arroz.

 

Não podia deixar de provar o sucesso da casa: cupim cozido a baixa temperatura com molho escuro de mel de engenho servido com macaxeira frita, arroz, farofa na manteiga e vinagrete (R$ 39,90 para 1 pessoa – 74,90 para 2 pessoas). É imperdível!

 

Quase me esqueço das caipirinhas, essa de tamarindo custou R$ 14. Batidas de frutas custam R$ 11 e caipiroscas nacionais a R$ 14,90, importadas, R$ 17,50.

 

E esse é o chef Thiago das Chagas em foto de André Ney/Cortesia.

 

Eu já estava satisfeito quando um amigo retardatário pediu a costelinha de porco assada no forno com purê de banana da terra, farofa de ovo e saladinha (a partir de R$ 36,90). Provei e adorei, mas precisava reservar um espaço para a sobremesa.

 

Ainda bem que me contive. O bolo de chocolate denso e tépido (R$ 15,90) é incrível e vem com areia de cacau e sorvete de doce de leite feito na casa, uma gostosura que pode ser dividida!

 

Mas não me peçam para dividir o pudim de leite com calda de passa de caju de Vila Velha, Itamaracá. Meu Deus, que combinação maravilhosa! Gostei tanto da passa de caju e do melaço usado no cupim, que comprei na lojinha que fica na entrada da casa. Valem muito a pena.

 

E assim passamos a tarde: comendo, bebendo e colocando o papo em dia sob a gostosa sombra no quintal. Se isso aqui não é o paraíso, me explica onde fica? E por favor, São Paulo, atenda às minhas preces e crie um Reteteu perto de casa. Eu moro no Paraíso.

Reteteu Comida Honestamapinha aqui
Rua Professor Otávio de Freitas, 256 – Encruzilhada. Recife/PE – Tel.: (81) 3204-4137

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Yutake surpreende com sushis criativos e de qualidade no Recife https://marcelokatsuki.blogfolha.uol.com.br/2018/03/13/yutake-surpreende-com-sushis-criativos-e-de-qualidade-no-recife/ https://marcelokatsuki.blogfolha.uol.com.br/2018/03/13/yutake-surpreende-com-sushis-criativos-e-de-qualidade-no-recife/#respond Tue, 13 Mar 2018 22:37:51 +0000 https://marcelokatsuki.blogfolha.uol.com.br/files/2018/03/yut18-abre-siri-320x213.jpg http://marcelokatsuki.blogfolha.uol.com.br/?p=14743 Que tal um burrito de salmão ou um sushi de siri mole como esses da foto acima? Os puristas podem até torcer o nariz, mas o burrito em questão é apenas um futomaki turbinado, servido sem cortes. Já o uramaki de siri mole é uma das coisas mais gostosas que já comi –e que você só vai encontrar onde existir essa iguaria. Coisa fina.

 

Em minha última viagem ao Recife fui conhecer o Yutake, um take away de comida japonesa que tem um diminuto salão climatizado onde é possível saborear os sushis. Você pode escolher do display refrigerado ou fazer um pedido, que é preparado na hora, já que o display nem sempre está completo. “A gente preza pelo frescor, por isso nenhum produto fica mais de 3 horas no balcão”, diz Mauro Arruda, sócio do empreendimento. A casa também oferece serviço de delivery, o que é uma mão na roda.

 

O local é tocado por três jovens empreendedores mas é o chef Diego Cysneiros (foto: Vanessa Lins) que cuida da operação da cozinha. Diego é formado em gastronomia e em administração e acumula experiências em cozinhas pernambucanas, mas nunca com comida japonesa: “Foi um grande desafio mas mergulhei a fundo nessa culinária durante um ano e pesquisamos bastante até chegar ao cardápio final, que na verdade está sempre se renovando”, conta. O terceiro sócio é Rafael Pontual que juntamente com Mauro, se encarrega de outros departamentos, como o comercial e o atendimento.

 

Como fomos até a lojinha, pedimos os itens mais curiosos e ficamos degustando ali mesmo. E como Recife é uma terra cheia de surpresas, não é que me encantei com o uramaki vegano (R$ 24,90)? Vou contar o porquê: ele me fez lembrar do sushi da minha avó –e isso é um baita elogio. O tempero suave do arroz, a leve acidez da beterraba, o aspargo salteado e os cogumelos shiitake e portobello compõem um uramaki perfeito. Nenhum desses ingredientes era usado pela batian, mas ali, naqueles nacos de arroz, o sabor equilibrado fez minha memória afetiva aflorar.

 

O roll de siri mole é sazonal –e sensacional– e eu espero que seja temporada quando eu voltar ao Recife. Traz siri mole marinado no saquê, empanado e frito. Fica crocante e cada pedaço do uramaki traz uma parte diferente do crustáceo, alguns com mais carne, outros mais crocantes. Sobre a camanda de arroz e gergelim, uma maionese de limão com gengibre, mel e um toque de Sriracha, o molho de pimenta tailandês levemente adocicado.

 

Chegamos ao burrito –e que burrito (R$ 18,90 meio – R$ 34,90 inteiro)! O mega futomaki vem recheado com salmão, camarão empanado ou cogumelos e aspargos (veggie) na companhia de toppings à sua escolha: de pepino e cenoura a ovas, cream cheese e gergelim. Acompanha ainda um tubinho de maionese, que pode ser apimentada, vegan, de ervas ou da casa. É delicioso mas apenas provei o de um amigo pois é enorme; meio já vale por uma refeição!

 

Os veganos estão podendo no Recife. Esses niguiris vêm com um tempurá de alga nori crocante coberta com maionese vegana de tofu com gergelim e picles de cebola. Sou fã de tempurá de nori, daí já viu. No Yutake dá para virar vegano.

 

Esse roll é uma celebração ao mix de culturas regionais: o recheio é feito com carne de caranguejo e há um leve toque de leite de coco. Sobre o arroz, gergelim e uma gota de Sriracha, mas aqui pura e mostrando sua potência.

 

Um roll que traz tempurá de camarão no recheio e fatias de atum por fora não tem como ser ruim, não é mesmo? E esse tem ainda acelga tostada em azeite de ervas e molho de missô com saquê no topping. Muito gostoso!

 

Eu já tinha encerrado meu expediente quando vi esse combinado no balcão e pedi para fotografar. Chama-se Yutake Premium (R$ 42,90) e traz 14 peças, entre uramakis, niguiris, jôs e sashimis. Olha que legal essa embalagem!

 

As porções de sashimis, como essa de salmão (R$ 27,90 – 8 peças) também são caprichadas.

 

Na loja há ainda um display para a venda de peças de cerâmica do “João de Barro”, projeto pernambucano de inclusão social.

 

Fachada da lojinha, que fica na Galeria 789, em Casa Forte. Além do pequeno salão, à noite a calçada é tomada por algumas mesinhas onde você pode curtir o seu sushi na maior brisa. Delícia!

 

Yutake Sushi & Rollmapinha aqui
Av. 17 de Agosto, 789 (Galeria 789), Casa Forte, Recife/PE – Telefone (81) 3204-5153
Fotos: Marcelo Katsuki/Folhapress

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