Koy Shunka, japa moderno de Barcelona

Marcelo Katsuki

Preparo lúdico do caldo “dashi” utilizando um aparato similar à cafeteira Globinho

Meu almoço de despedida de Barcelona foi no Koy Shunka, do chef japonês Hideki Matsuhisa, queridinho dos chefs Albert e Ferran Adrià, Dani García e Joan Roca. Mas quem me indicou o local foi minha amiga Beta mesmo.

 

Fui direto do aeroporto (o voo atrasou) e cheguei com 20 minutos de atraso. A recepcionista reconheceu meu esforço –e a mesma expressão de desapontamento por não ter entrado na semana anterior– e me ofereceu um copo de água enquanto mandava preparar meu lugar. Ufa…

 

O restaurante, que recebeu uma estrela Michelin nesse ano, fica quase escondido em uma ruela perto da Catedral. Seu interior é bem despojado, quase lembra uma taberna japonesa, com lugares junto ao balcão, onde já se encontrava o chef Hideki Matsuhisa. O teto é uma gigantesca coifa e todos os pratos, com exceção das sobremesas, são preparados ali na frente dos comensais.

 

Pedi uma Magma de Cabreiroá (4 euros), água indicada para acompanhar degustações por seu delicado gás natural (e que vem em uma bonita garrafa em preto fosco) e um saquê Junmai Kokushi Muso Koku (13,5 euros).

Pedi o menu degustação. Os aperitivos servidos foram um escabeche de pescado, edamame, lulas crocantes marinadas e chips de batata com uma inesperada e ótima pasta de missô com foie gras.

 

O Caviar de Rio Frio, servido na sequência, abriu a refeição surpreendendo: ovas dispostas sobre uma mousse sedosa de nabo, quase sem amargor. Tão simples, tão saboroso.

 

A Mariscada Koy Shunka trazia ‘percebes‘ (aquele crustáceo que parece uma pata de dinossauro), vieiras, mini polvo, ovas e cubos de uma gelatina levemente ácida.

 

Fideos japoneses “Nyûmen” con espardenyes: caldo quente com massa fina, carne e “pepino-do-mar”, aquele equinodermo de textura borrachuda. Saboroso mas meio tenso.

 

Tataki de Bogavante (crustáceo similar à lagosta) servido escaldado com uma curiosa ‘folha de lagosta’ e diversos molhos. Uma apresentação linda, não?

 

Kenji, um dos cozinheiros que veio do Japão, preparando os pratos de sushi do menu degustação. Aliás, toda a brigada é formada por cozinheiros chineses ou japoneses.

 

Sashimi en Japón, com muito atum, buri, uni (ovas de ouriço-do-mar), trufas negras e o toque de mestre: uma calda feita de gemas aromatizada com trufas brancas que incensou tudo

 

Tempurá de ervilhas com unagui (enguia) e espuma de limão.

 

Gambas de Palamós, espetinhos com o camarão em formato giga e mini.

 

Carne japonesa “Wagyu” com molho de missô, arroz integral japonês e alga frita

 

Manuseio e conservação do peixão ali na sua frente. Olha que riqueza.

 

Temaki de torô

 

Sushis de torô (atum gordo) e de unagui (enguia)

 

Sorbet de iogurte com yuzu, o aromático e levemente amargo limão japonês

 

A sobremesa: um tiramisù desconstruído com bolo chiffon, creme de chá verde e sorvete de café. O menu completo custou 110 euros mas há um menu mais enxuto por 74 euros além da opção à la carte.

 

Imagem do bar localizado na entrada do restaurante

 

E a discreta fachada na via Copons. Passei duas vezes na porta até descobrir. GPS pra quê?

 

Koy Shunkamapinha aqui
Copons, 7, 08002 Barcelona, Espanha – Tel.:+34 934 12 79 39