O novo lugarzinho da cidade

Marcelo Katsuki

“Tenho apenas quatro meses, mas já estou dando o que falar. Pudera, sirvo a melhor comida do mundo: acarajé! Prazer, sou o Tabuleiro do Acarajé, um lugarzinho com apenas cinco metros quadrados e duas mesas emprestadas do vizinho.”

 

“Minhas donas, as irmãs Miri e Fátima nem sabiam fazer acarajé até bem pouco tempo atrás. Mas como boas baianas, reconhecem um bom bolinho e se trancaram em casa para testes. Passaram dias defumando o prédio de dendê, até chegarem na receita ideal.”

 

“No dia da inauguração, o vatapá ficou amargo porque as doidinhas queimaram o amendoim, mas foram salvas pela mãe que correu com um vatapá fresquinho. Ainda bem, já pensou que vexame? Agora já estou tranquilo, as galegas não erram uma. E já pintaram até um mural lindo para decorar a minha entrada!”

 

“Sirvo sempre acarajés fresquinhos, de massa batida no dia. O feijão é triturado manualmente –até testaram com um processador, mas não ficou legal. E tenho produção limitada: faço no máximo 40 por dia e não pretendo aumentar para não perder a qualidade.”

 

“A fritura é toda sequinha, pois agora usam o dendê adequado e têm até um depurador. Por mim nem precisava, adoro o perfume do azeite no ar. No dia da minha abertura foi um fumacê tão grande que o vizinho quase ligou para o bombeiro. Aquele dendê ‘fumacento’, nunca mais!”

 

“Os recheios de vatapá, caruru e camarão são preparados diariamente. Meu vatapá é suave e o caruru é de babar. O tomatinho verde, fundamental, é picado na hora, na frente do cliente.”

 

“Meu acarajé (R$ 10) fica lindo e tem quem chame de “hotdog baiano”, não ligo. Fico contente mesmo é com os gemidos de prazer que cada mordida proporciona aos meus amigos, que num breve dia já foram clientes.”

 

“Para quem se lambuza todo mordendo o bolinho e para quem gosta de brincar de baiana recheando seu próprio acarajé, sirvo uma versão no prato, que custa 12 reais, porque vem com um pouco mais de recheio.”

 

“Em breve abrirei para o almoço a partir da quarta-feira. Por enquanto sirvo acarajés e caldinhos de segunda a quinta depois das 17h (fecho na sexta). Aos sábados abro o dia todo e sempre tenho uma novidade: um sarapatel, um vatapá pra comer com arroz de mainha ou uma simples salada de feijão fradinho. Também abro no segundo domingo do mês. Esses são os brinquedos que decoram o meu salão; me divirto com eles enquanto observo a Miri bater a massa à espera de vocês. Vem me ver!”

Tabuleiro do Acarajémapinha aqui
Rua Dr. Cesário Mota Júnior, 611 – Consolação – Tel. (11) 4301-4363