Prato do dia: Kan
Como dizia Ruth Reichl, “Todo restaurante é um teatro, e os verdadeiramente excelentes nos permitem entregar-nos à fantasia”. Dito isso, quero contar que assim que entrei no Kan, suado e esbaforido, e a atendente me perguntou o que eu queria, respondi: “Um leque” – já me sentindo no Japão. Ela virou-se, entrou na cozinha e nunca mais voltou.
O Kan é isso. Rigor japa. O chef Keisuke Egashira fica lá no cantinho dele fazendo arte com as mãos enquanto você fica no balcão admirado com o resultado e com a rapidez. Enfim, não vou aqui me estender sobre o trabalho magnífico do sushiman, esse post é apenas para glorificar essa maravilha chamada “executivo”, que nos permite comer bem em lugares bacanas sem assustar o bolso.
No Kan há apenas três opções e cada uma custa 45 reais: sushi, sashimi e tirashi, seleção de peixes e frutos do mar sobre uma tigela de arroz. Além de uma salada com frutos do mar (R$ 15) e um chawan mushi (R$ 10), pudim salgado de ovos no vapor, ambos opcionais.
O tirashi é uma beleza. O arroz (shari) vem temperado com vinagre preto – o que confere uma cor caramelada – e coberto com belas fatias de peixes, camarão e algumas rodelas de pepino.
Não espere ovas nem atum gordo (toro) no seu executivo, mas a seleção de sushis é muito bem feita e satisfaz. E esse dashimaki (omelete) que parece um queijo coalho é de se comer rezando. Ah, o executivo dá direito a uma tigela grande de missoshiru, com mexilhões deliciosos.
Não, não tem sobremesa. Mas estamos em uma galeria e você pode ir até o boteco ao lado e comprar seu Chica Bon.
Essencial: fazer reserva, mesmo para o almoço. O lugar é minúsculo. Sem reserva, sem almoço.