O samurai do siri-mole
Tem uma comunidade no Recife chamada Brasília Teimosa com bares que oferecem frutos do mar fresquíssimos a preços honestos. Mas só dá para chegar com a ajuda do GPS, porque o bairro é um labirinto de ruas estreitas. Nosso destino, o Bar do Samuray, fica na rua Badejo, no coração do bairro, e vale a visita. Nosso objetivo: provar o famoso siri mole da casa.
O bar estava tranquilo no almoço do meio da semana e foi fácil achar uma vaga para o carro na rua. No trajeto, lojas populares cheias de cacarecos, mas o almoço corrido impediu a compra da chamativa camiseta estampada numa loja de moda.
O interior do bar com o freezer onde o José Cícero, ou Samuray, guarda as iguarias servidas na casa. Tudo comprado diretamente dos pescadores do bairro, localizado no final da avenida Boa Viagem.
Não tem cardápio. Samuray leva os pescados à mesa e explica quais são os pratos e como são preparados. Tem até lagosta em porção generosa de três quilos.
Nosso novo amigo fez questão de trazer os siris fresquinhos à mesa. Tá certo que a imagem não é das mais estimulantes. E agora penso que os siris são machos, salvo engano, rs.
Samuray traz uma provinha do arroz de polvo, que é uma delícia mesmo. Mas a gente não perdeu o foco no siri. Com direito a camarão, porque né…
Chegam os pratos, bem servidos apesar da meia-porção. O siri-mole é macio e tem as patinhas crocantes. O gosto é amanteigado e com um toque de alho, uma delícia. Já os camarões são sequinhos e têm sabor acentuado de alho. Samuray conta que não são camarões de cativeiro, por isso a casca é delicada. De guarniçãoo, arroz e pirão de peixe.
Partimos correndo para o aeroporto. A conta vem improvisada numa folha de caderno. As porções inteiras custavam 90 reais cada. Comemos quase tudo, mas de gulosos, pois acho que serviria três pessoas. Sobrou arroz, pirão e… camarão! Sacrilégio.