La Peruana tem comida com alma e bons preços
Andei com um pouco de preguiça de comida andina: ceviches, causas, tiraditos. A gente passou os últimos anos comendo esses pratos na companhia de pisco sour ou de um refrescante copo de chicha morada, muitas vezes feito com Tang. Uma febre. Surgiram até food trucks, caso do La Peruana, que na contramão dos restaurantes que viraram caminhões, acabou se tornando um restaurante —e em pleno Jardins.
A casa é um sucesso e vive com fila na porta. E foi uma alegria redescobrir o prazer de saborear uma cozinha peruana gostosa e bem-feita. E desfrutar de drinques criativos preparados com pisco, chás gelados e sucos, incluindo o de chicha morada, feito aqui com o milho de verdade.
No almoço há um menu executivo caprichado por R$ 39,90 que inclui uma entrada, um prato principal e a sobremesa. Escolhi o ceviche El Clássico, com peixe branco, milho, leche de tigre e uma quenelle de batata doce.
Meu principal foi um Seco de carne: costela suculenta servida sobre tacu-tacu de arroz com feijão e salsa criolla. De sobremesa, Suspiro limeño em duas versões: tradicional e com chirimoya, a fruta andina que parece uma pinha. Estava tão gostosa que até me esqueci de tirar a foto!
Foi um almoço prazeroso, tanto que logo voltei com alguns amigos. À noite há um clima animado, com música latina, perfeito para se tomar uns drinques. Provamos o Pisco Santo (R$ 24) feito com pisco infusionado com capim-santo, refresco de gengibre, tangerina e abacaxi; e o Mojadito de fresa (R$ 21), um mojito de pisco com hortelã, morango e água com gás. São deliciosos e muito bem preparados. Há uma seção no menu só com drinques com pisco.
A chef peruana Marisabel Wookdman comanda a cozinha e é possível vê-la preparando os pratos no balcão dos ceviches. Ela é formada em administração de empresas e em gastronomia. Já estagiou com Alain Ducasse e trabalhou no Central, em Lima, e no D.O.M. de Alex Atala. Detalhe: todo o staff é peruano, o que torna a experiência ainda mais autêntica.
Começamos a noite com o Tiradito amazônico (R$24), que traz peixe branco com leche de tigre bicolor de castanha de caju e de ajies peruanos.
Tiradito pulpo al pesto (R$29): são lâminas de polvo com cocção perfeita em um leche de tigre diferente, com molho pesto versão peruana e salsa chalaca, semelhante a um vinagrete.
Tequeños (R$23): pastéis peruanos de lomo saltado e de queijo da serra da Canastra, crocantes e sequinhos, acompanhados de guacamole.
Nesse frio, não deixe de provar o Chupe de Camarones (R$39), um rico caldo de camarão feito com especiarias peruanas, orégano e erva andina huacatay. Leva ainda ovo pochê, queijo e ervilha.
O Spaghetti del Mar Piurano (R$ 35) é outra delícia: massa com ragu de lagostim, lula e mexilhão, levemente picante.
Dentre os pratos com carne, Tacu Tacu Anticuchero (R$ 29), com filé mignon grelhado na marinada anticuchera, banana da terra, ovo frito e salsa criolla; e Lomo saltado (R$ 39), com filé salteado com cebola, tomate e coentro em molho de shoyu, acompanhado de arroz e batata frita.
O bolo Tres Leches (R$ 15) é imperdível: macio, vem com leite condensado, evaporado e batido. Acompanha cobertura de merengue e fatias de morango. É como um carinho de mãe.
Fachada do restaurante, localizado na alameda Campinas.