Seen une badalação e boa gastronomia com uma bela vista da cidade
Quando o chef William Ribeiro deixou o Bossa, bateu aquela sensação de que eu deveria ter ido lá mais vezes. Os pratos eram gostosos, criativos e de execução impecável. Felizmente não demorou para ele voltar à cena, agora no novo e já disputado Seen, que ocupa o 23º andar do Tivoli Mofarrej, onde já funcionou o Arola 23.
O Seen, aliás, em nada lembra a antiga casa, toda compartimentada e sóbria. O espaço foi aberto e o grande salão recebeu um tratamento brutalista, com um grande bar central onde brilha outro fera, o barman Heitor Marin. A vontade é de ficar por ali mesmo, vendo a agitação e o preparo dos drinques, mas a disputa pelas mesas é grande, então bora aproveitar que chegamos cedo para provar as criações dos chefs. O menu é também assinado pelo franco-português Olivier da Costa e o espaço conta ainda com um sushi bar comandado pelo chef Massahiko Enohi com carta de saquês da Yasmin Yonashiro.
Assim que você atravessa a cortina de veludo, dá de cara com o bar, onde aguarda pela sua mesa.
Lá você pode apreciar o Heitor Marin preparando um drinque incrível chamado Liffey (R$ 32), feito com Jameson, Campari, Aperol, Carpano Clássico e Orange bitters. Mas o lance é a defumação do copo, feito com cipó cravo sobre base de jatobá. Show.
Eis o Liffey pronto. Conheci esse drinque quando o Heitor ainda trabalhava no Tete à Tete e pirei.
O antigo bar do Arola cedeu lugar ao sushi bar, estiloso, todo revestido com azulejos do artista pernambucano Francisco Brennand e decorado com vasinhos com plantas.
Dali provamos um Usuzukuri, um prato delicado com finas fatias de peixe com molho ponzu e ovas de salmão; perfeito para se começar a noite.
Eu, que adoro uma novidade, pedi o Gunkan Veggie (R$ 25 a dupla), sim, vegetariano! Com nabo, shimeji salteado e maionese de abóbora. Era para dividir, mas gostei tanto que acabei comendo os dois.
Para não falar que não provei os pescados, pedi logo um Gunkan de atum com foie gras com teriyaki e crisps de alho poró (R$ 49 a dupla). Intenso, foi perfeito com o drinque.
E a vista da cidade? Aqui, a visão da lateral voltada para o parque Trianon com a avenida Paulista ao fundo.
Do cardápio do restaurante, começamos a noite com um Carpaccio de polvo com vinagrete de limão e brotos de coentro (R$ 46).
Do menu para compartilhar: Croquetes de cordeiro (R$ 22 a dupla) cremosos e de casquinha crocante, a Alheira de caça (R$ 22 a dupla) com couve manteiga e ovo de codorna e as Mandiocas bravas (R$ 22 a dupla), com maionese de tucupi e pimenta jiquitaia.
As vieiras gratinadas são graúdas e vêm acompanhadas de cogumelos salteados sobre um gostoso creme de alho poró (R$ 98).
O Wagyu laminado (R$ 120) pode vir ladeado pelos acompanhamentos do churrasco (R$ 25): arroz biro-biro, farofa e vinagrete.
A casa tem apenas dois meses mas a noite avança e o público só aumenta. Recomendável fazer reserva, porque tem fila até para ficar no balcão do bar.
Hora de adoçar os ânimos: Surpresa de chocolate (R$ 26) traz o doce em diferentes texturas acompanhado de sorvete de nata e calda de toffee.
Mas o grande sucesso da casa parece ser a Bomba merengue (R$ 20), com sorvete de chocolate branco e frutas vermelhas cobertos por suspiro. Só via o garçom passando pelo salão com ele. O doce!
Resumo de um jantar nas alturas: chegue cedo para aproveitar a vista, curta cada momento no bar e termine com o merengue para garantir a glicose da noite. O cardápio tem opções para todos os bolsos, com preços que variam de 16 a 220 reais. E os drinques, a maioria na faixa dos 30-35 reais. Eu voto no Liffey (R$ 32), desde sempre meu favorito.