Restaurante em Campos do Jordão encanta pela cozinha afinada e pelos ingredientes frescos
Voltei de Campos surpreso com um restaurante, o Sans Souci. Localizado na avenida Dr. Januário Miraglia, um pouco antes do Capivari, ele tem um cenário lúdico e bucólico. Mas o que surpreende é a sua cozinha, comandada pelo jovem mas experiente chef Thiago Fegies. Tudo, absolutamente tudo o que provei lá era impecável. Ingredientes frescos, cocção perfeita, tempero na medida.
O bistrô nasceu há dois anos, como uma expansão do café criado para atender os clientes da malharia Genève, que divide o mesmo espaço. A proposta é bacana: oferecer apenas produtos artesanais, a maioria feita no próprio restaurante; dos pães e massas até os vinagres e os defumados. Ao lado do restaurante, uma horta abastece a cozinha com legumes e verduras fresquinhas. Como não se encantar?
A fachada do restaurante, com mesinhas no jardim, perfeitas para o café da manhã.
Olha a delicadeza dessa salada de frutas (R$ 13). Pode ser acompanhada por mel (R$ 3,20), granola (R$ 5,30) e coalhada (R$ 5,50).
O pão multigrãos na chapa (R$ 14 – 2 unidades) com requeijão regional tostado não precisava nem de acompanhamento, mas pedi ovos mexidos (R$ 12). Peça também o bacon da casa, é excepcional mesmo cru.
O balcão do café é uma tentação, com bolos, doces e salgados. A confeitaria fica por conta da chef portuguesa Tathiana Santos, que capricha na produção diária. Thiago conta também com o apoio do seu sous chef, Daniel Trefiglio, com quem já trabalhou na rede Oriente-Express, hoje Belmond.
Romântico: a cerca do jardim está repleta de cadeados com os nomes de casais que passaram por ali. Esse cadeado em formato de coração pode ser comprado lá mesmo, no lado da Genève.
A horta localizada ao lado do restaurante, de onde saem muitas verduras e brotos utilizados na confecção dos pratos.
Como essa salada do dia, com verduras e vegetais fresquíssimos. A casa produz ainda vinagres especiais a partir de frutas. O de maracujá e o de frutas vermelhas são deliciosos.
Coxa de pato confitada com ragu de lentilha, cebolas fritas e redução de vinho do Porto. Sabores fortes e pungentes em um prato que foi a pièce de résistance do almoço.
Provei um pouco da mojica de peixe, um guisado de pintado com mandioca, servida com arroz e farofa de banana, quase estranhando a presença desse prato no cardápio. Mas olha, que surpresa boa! O tipo de comfort food perfeito para o friozinho da serra.
Chá para acompanhar alguns docinhos: torta de limão com base de Negresco, éclair de red velvet, palha italiana, brownie e mousse de doce de leite com banana flambada. Tudo muito bom, mas essa mousse de doce de leite com banana é matadora, não deixe de provar.
À noite o cenário muda e o frio convida você a entrar no salão do restaurante. Esses biscoitos de polvilho são viciantes. Vieram com umas pipocas com parmesão e azeite trufado que nem tive tempo de fotografar: o pessoal devorou em segundos.
Os pães feitos na casa: mutigrãos, figo com nozes e italiano, chegam tostados e acompanhados por manteigas de laranja, de cogumelo e de café, além de coalhada e uma caponata. Geleias, vinagres, pães, assim como alguns pratos congelados, podem ser comprados no café.
Uma entrada daquelas que fazem a gente voltar ao restaurante: guacamole (opcional com tartar de atum) servido com chips de mandioquinha (R$ 33). Pense numa coisa gostosa.
O principal foi um especial do dia: pargo ao molho de camarões com quirera cremosa e couve-de-bruxelas. Alguns pedacinhos crocantes de camarão frito deixaram o prato ainda mais gostoso.
Encerramos a noite com chocolate. Uma mousse de chocolate com compota de frutas vermelhas e base crocante de pailleté feuillantine (seriam como delicados crisps de praliné).
Vista do salão do restaurante, que tem decoração caprichada e aconchegante.
Anoitece e a fachada é acesa, com as vitrines decoradas com manequins e o portal do bistrô todo iluminado por lampadinhas. Eu já falei que era romântico? Então, mas a comida também faz parte desse show. Um espetáculo.