O Famoso Bar do Justo faz jus à fama
Cá entre nós, a zona Norte concentra alguns dos melhores bares da cidade. São casas autênticas, com petiscos próprios que fogem de modinhas, ambientes acolhedores e zero de afetação. Dentre essas casas há uma que sempre me faz pegar o metrô até Santana: o Famoso Bar do Justo. Conheci a casa há uns 10 anos, e sempre que posso, dou um pulinho lá. É diversão garantida.
A gente tem um cantinho preferido, então sempre chega cedo para pegar essa mesona na calçada e passar a tarde vendo o dia e as pessoas passarem. Quando não dá, a gente se ajeita em outra mesa e depois se muda para lá.
A melhor maneira de saudar a tarde ensolarada é pedindo uma porção de torresmos e um balde de cerveja bem gelada. O torresmo do “Justo” vem sempre com um pouco de carne, é crocante e saboroso. E a cerveja é sempre geladíssima.
Quando conheci o bar, fiquei encantado com a cestinha de pernil desfiado com requeijão. Essa é uma receita campeã e já até reproduzi em casa para os amigos. Não ficou igual mas é aquela coisa: receita, cada um dá o seu toque pessoal, rs. Agora há uma versão com abóbora e queijo para os vegetarianos, igualmente gostosa.
Aliás, vegetarianos e veganos passam bem com a mesa de petiscos do bar. Quando vou com o Gu, meu amigo vegano, a gente monta um prato cheio de coisas gostosas para acompanhar as bebidas. Valtinho, o dono do bar, está sempre ligado na clientela. Ouviu a gente falando da falta de opções nos bares e logo pediu para descolarmos umas receitas veganas para ele testar. Tá certíssimo.
Foi numa dessas conversas com o Valtinho que eu lamentei não termos pratos de parmigiana com espaguete, como no Nordeste. Meia hora depois lá vinha ele, direto da cozinha com essa travessa acima, um parmigiana de berinjela. A mesa ao lado viu e logo pediu também. Empatia é tudo.
Voltando ao balcão de petiscos, há também opções para carnívoros, claro. Eu me acabo com essa barriga de porco pururucada, com muita carne e pele crocante. Gosto de acompanha-la com uma salada de jiló, com bastante cebola e azeite.
O bolinho de carne também faz sucesso. O garçom fica passando com uma bandeja de salgados, é impossível resistir.
Bolinho de bacalhau? É o melhor! Sempre indico aos amigos. E ainda tem essa versão turbinada, com massa cremosa e muito alho frito com azeite.
Na hora do almoço tem um bufê caprichado por quilo. Já levei minha mãe lá para almoçar e ela adorou. As carnes assadas, como esse cupim feito em cozimento lento, desmancham na boca. E o que falar dessa combinação com mandioquinha? Matadora!
Os finais de semana sempre reservam surpresas. A movimentação das ruas é uma delas e isso faz do bar um lugar especial. Tem o comércio local, eventos na região e a proximidade com o metrô Santana. Dá para ir e voltar de metrô, sem se preocupar com a Lei Seca.
No “Justo” a tarde nunca fica completa sem uma lapada de Weber Haus, minha cachaça favorita da casa. Foi lá que tomei pela primeira vez e me encantei: é bem amadeirada e aromática, uma beleza.
Nesse ano o bar levou o vice-campeonato do Comida di Buteco com o Trio Maravilha, um prato caprichado, cheio de petiscos como o cupim empanado e o cuscuz de milho com berinjela e banana crocante.
O almoço acaba virando jantar. No “Justo” é sempre assim, não dá para partir cedo. E dá-lhe rabada com agrião encerrando o domingão.
Tudo suave na nave do Valtinho. A tarde passa, o sol cai e a gente ignora o relógio para o dia não acabar. Acho justo.