Centro de Tradições Nordestinas tem diversão e comida de montão
O final de semana foi para rever o CTN – Centro de Tradições Nordestinas, que fica no bairro do Limão. Apesar da correria do finde, dei uma escapada e almocei lá no sábado. Surpresa: o local está todo reformado e colorido, quase não reconheci.
Logo na entrada fica a Vila do Forró. Uma dezena de quiosques vendendo doces e delícias nordestinas. Tem de acarajé e tapioca a cocada e biscoito sete capas. Taí um biscoito que me faz viajar para a saudosa Paraíba na primeira mordida.
É preciso ter determinação para vencer o corredor sem se entregar às tentações do caminho, até chegar na arena dos restaurantes.
No último quiosque, uma vendinha com tudo o que a gente gosta: mel de engenho, cajuada, manteiga de garrafa, doce de mocotó, raivinha, rapadura e até uma bolacha recheada: “petit beurre” com goiabada. Saliente.
Na arena, 10 restaurantes dividem a atenção dos comensais com especialidades dos diversos Estados do Nordeste. Os preços são tabelados para os pratos recorrentes, como carne de sol, caldinhos, torresmo, queijo coalho, escondidinhos. E as porções são gigantescas.
No mezanino fica o camarote O Cabra, um espaço com restaurante que abre aos sábados e domingos com entrada gratuita. Fui conhecer. Mesmo não sendo dia de show, era possível ver dois sanfoneiros animados no palco. O som é alto mas no almoço o clima é tranquilo. O bicho pega mesmo é depois das 19h. Em dias de shows (às sextas) é cobrada a entrada, com preços que variam de acordo com o artista.
Os pratos continuam fartos, com porções para quatro. Estive lá há exatos 10 anos, quando comi no Cantinho do Nordeste, restaurante da dona Nazaré. A casa tinha as panelas mais brilhantes da praça, penduradas junto ao balcão. Não havia a cobertura no espaço de shows, apenas um telhado de cerâmica mesmo, de uma água.
Voltando ao camarote, provei dois caldinhos: um de mocotó (R$ 10) e outro de sururu (R$ 15). Coentro e cominho, a porta de entrada para o Nordeste.
Meia porção de sarapatel com arroz (R$ 30) para matar a saudade do tempero regional. Nalva Novais, a chef d’O Cabra tem a mão santa. Sua mocofava também é famosa –e imperdível.
Cartola (R$ 11), a sobremesa com queijo, banana e canela, só é encontrada lá. E vem com três bolas de sorvete. Enorme, para ser compartilhada.
A Vila do Forró vista do mezanino. Quando anoitece, as lâmpadas dos varais são acesas criando um clima de festa do interior.
Achei até maçã do amor, um doce que adoro, me traz muitas lembrancas da infância –mas que hoje evito com medo de arrancar a dentadura.
Lá o touro vira jegue mecânico, afinal estamos na terra de Lampião. Preciso voltar lá para enfrentar o bicho, fui desafiado pelo operador, mas declinei pois estava de bucho cheio.
O CTN abre todos os dias. Todos! E nos finais de semana fica aberto até as 4h da manhã, para você fazer aquela boquinha na madrugada. Vai um baiãozinho aí?