Três lugares para se fazer uma gostosa refeição plant-based em SP

Marcelo Katsuki

A dieta plant-based vem sendo apontada como a alimentação do futuro e apareceu em várias pesquisas de tendências como a principal para esse ano na gastronomia. Embora também seja baseada no consumo de vegetais e livre de ingredientes de origem animal, a plant-based diferencia-se da vegana por priorizar a valorização da integridade do alimento, sendo consumido em sua forma mais natural, das folhas até as raízes –e minimamente processado.

Na busca por opções bacanas de refeições plant-based na cidade, fui atrás de um especialista e acabei encontrando meu amigo Gustavo Guadagnini, diretor da The Good Food Institute no Brasil. A empresa em que o Gu trabalha busca transformar a cadeia de produção de alimentos em algo mais saudável, sustentável e humanitário –nada mais atual– seja através do incentivo à pesquisa ou da promoção de tecnologias que ajudam todas as áreas: de produtores a empreendedores.

Gustavo fez uma lista de restaurantes e lá fomos nós. Para um carnívoro como eu, nem foi difícil me contentar com os pratos degustados. Eram tão bonitos, frescos e saborosos que fiquei logo pensando em como inserir alguns dias de dieta plant-based na minha rotina. É que o resultado é imediato: digestão leve e disposição para seguir o dia com a maior energia. Mesmo depois de uma feijoada.

 

Casa S Simplesmente

Localizada na Vila Madalena, a Casa S tem a simplicidade como seu eixo fundamental. É na busca de uma atitude simples mas também saudável, sustentável, saborosa e simpática que se baseiam os princípios da casa.

A entrada é repleta de verde. O primeiro salão tem uma lojinha onde é possível comprar produtos para serem consumidos em casa, de bebidas a sobremesas.

 

O bufê é compacto e tem vista para a cozinha através de um janelão de vidro. A ideia é oferecer uma refeição completa mas sem muitos itens, “o que poderia gerar desperdício”, conta Alessandra Luglio, uma das sócias da casa.

 

A gostosa varanda lateral com mesinhas para as refeições.

 

Prato de salada com raízes assadas  e molho de gergelim montado com os itens do bufê.

 

Na quarta foi servida uma feijoada, e estava deliciosa. Sem carnes, claro, mas com muito sabor.

 

De sobremesa, a deliciosa banana prata assada com melaço de cana e farofinha de amendoim criada pelo chef Thiago Medeiros. O bufê com a feijoada e salada custa R$ 39. Com a sobremesa, sobe para R$ 49.

 

Acima, a parede verde com ervas e plantas decorativas e os caixotes para devolução de pratos e talheres utilizados.

 

Casa S Simplesmente – mapinha aqui
Rua Mourato Coelho, 1008 – Pinheiros – telefone (11) 3032-4532

 

Casa Raw

Um adorável restaurante de Perdizes com quintal arborizado que convida para uma pausa na correria do dia a dia. Assim é a Casa Raw. O menu do dia custa R$ 32 e inclui uma salada orgânica e um prato do dia, sempre com três opções sendo uma crua.

Há varios ambientes, inclusive dois salões fechados, mas como resistir a um almoço sob a sombra das árvores?

 

A salada orgânica do dia trazia folhas, repolho roxo, cenoura, rabanete e alfafa. Tudo muito fresco e envolto em um gostoso molho cítrico.

 

Uma das opções veganas era o macarrão oriental com shiitake, cenoura, pupunha e amendoim, além de shoyu com óleo de gergelim.

 

A segunda opção quente era um surpreendente hambúrguer assado de couve flor e beterraba com creme de castanha, sobre um sedoso purê de mandioquinha.

 

O prato “raw” trazia uma moqueca de banana da terra crua, mas que ficou marinando para chegar a uma textura macia. Acompanhava um arroz de couve flor e uma farofinha de coco. Tudo preparado sem cocção.

 

Tomei um kombucha, bebida probiótica vendida em todas as casas visitadas. Trata-se de um chá fermentado e gaseificado naturalmente, que além de gostoso, é também um digestivo.

 

A sobremesa, também crua: um cheesecake de morango com geleia de ameixa e massa de castanhas preparado pela Rita Taraborelli, chef da casa.

 

Casa Raw – mapinha aqui
Rua Doutor Franco da Rocha, 515 – Perdizes – telefone (11) 3969-1390

 

Banana Verde

A chef Priscilla Herrera comanda o restaurante Banana Verde há mais de 10 anos na Vila Madalena. A casa oferece uma cozinha natural bastante variada e que ganha em sabor com a utilização do forno a lenha, onde são finalizados alguns pratos quentes.

O restaurante tem vários ambientes, mas o amplo salão, com pé direito alto, oferece aconchego e conforto na medida.

 

O menu executivo do almoço custa R$ 49, 50 e inclui o bufê de saladas, um prato principal e uma sobremesa. Mas há opções como o bufê de saladas e uma sopa porR$ 39,90, além do menu à la carte.

 

O bufê de saladas é um espetáculo: os ingredientes são frescos e trazem itens como carpaccio de abobrinha, cuscuz de couve-flor, pupunha assada, caprese de tofu e molhos saborosos como o de hommus e o de tofu com manjericão. Confesso que fiquei saciado com a porção acima, mas ainda tinha o principal e a sobremesa –e como a digestão é leve, segui adiante.

 

O Gustavo é fã dos pães preparados na casa, então pediu o Tapas do Banana Verde (R$ 30), com pão multigrãos assado no forno a lenha, pão sueco, caviar de berinjela, pasta de pimentão com nozes, hommus, azeitonas temperadas e abobrinha assada. Uma beleza!

 

Minha opção de principal do dia foi o picadinho de cogumelos com biomassa de banana verde e páprica defumada, arroz cateto com vermelho e tempeh de ervilhas, um fermentado rico em proteínas parecido com o tofu, mas com os grãos íntegros, sobre uma farofinha de milho.

 

De sobremesa, a Esfera de chocolate (R$ 19), campeã de pedidos na casa. Uma ganache de chocolate com laranja bahia e gianduia de amendoim, preparada sem acúcar e realmente muito gostosa! O Banana Verde não é um restaurante 100% vegano mas prima pela qualidade dos ingredientes e pelas receitas saudáveis e deliciosas. E ainda abre para o jantar, com um menu à la carte bem variado.

 

Banana Verde – mapinha aqui
Rua Harmonia, 278 – Vila Madalena – telefone (11) 3814-4828
Fotos: Marcelo Katsuki/Folhapress