Paca Polaca tem clássicos judaicos e um gostoso PF vegano

Marcelo Katsuki

A Paca Polaca poderia ser mais um daqueles lugarzinhos secretos que servem comida boa em um local recôndito, mas não: a danada tá famosa. Já saiu nos jornais e sites e tem até vídeo divertido aqui no site da Folha.

Fui lá ontem comer uns bocados e notei o entra e sai constante, freguesia demais para os cinco banquinhos disponíveis no balcão. A solução é pedir para viagem e comer na praça, sugestão da própria Clarice Reichstul, a dona da Paca.

Mas qual o segredo do sucesso? Comida gostosa e com frescor, feita a partir de bons ingredientes e com um preço super honesto. O PF vegano é o maior exemplo: traz vegetais, grãos, brotos, tudo em preparos elaborados com molhos que atiçam o paladar e custa apenas 18 reais. Mas tem mais.

 

O Bagel com gravlax (R$ 27), traz creme azedo de kefir e vinagrete de maçã verde. O salmão adquire cor bordô com a cura feita na casa com suco de beterraba.

 

Para um café rápido, no caso um espresso da Wolff (R$ 4), tem um bolo simples (R$ 8, a fatia) que pode receber a cobertura de geleia (R$ 10, a fatia).

 

Clarice produz as próprias geleias de uvaia, laranja, cambuci e uma incrível de mexerica. Há também picles de cenoura, beterraba,  couve-flor ou erva-doce (R$ 10 pote pequeno, R$ 15 o grande).

 

Mas a grande descoberta se chama Socorro (R$ 15): um concentrado de legumes e temperos que serve para aqueles momentos de desespero na cozinha. Um colher diluída em água quente e você já tem um caldo base para uma sopa ou um risoto. Ê, maravilha!

 

A Clarice ficou famosa com os varenikes, que ela já produzia sob encomenda. Parecem pasteizinhos mas são recheados com batata (R$ 25 a porção), costela desfiada ou  cogumelo (R$ 30 cada porção de 180 g). Devem ser finalizados com cebola caramelizada e creme azedo –mas não são servidos na Paca, apenas para levar para casa.

Lá também é possível comprar Gefilte fish (R$ 18 a porção de 120 g) aquele delicado bolinho de peixe; Vitela assada (R$ 22,80; 120 g) e até Matzo ball, as bolinhas de matzá (R$ 9,60; 120 g). Tudo pronto e refrigerado para viagem.

 

A cozinha é separada por uma porta de vidro e tem ao fundo os dizeres “Deus fez a comida, o diabo os cozinheiros” de James Joyce.

 

PF da Paca (R$ 18) começa com uma saladinha bem fresca.

 

Depois chega o prato, repleto de grãos, vegetais e leguminosas como lentilhas, triguilho, couve-flor frita com molho de tahine, um ‘babaganoush’ de jiló (incrível), couve salteada, cebola frita. Para quem não dispensa uma carninha, há sempre uma opção de proteína –ontem era uma substanciosa torta de cogumelos. Daí o preço sobre para R$ 25.

 

A sobremesa indicada, para comer ou levar, é o cheesecake gorducho que vem com a geleia que você escolher. Essa da foto é a de cambuci, doce e azedinha. Acho que ficaria bem também com a de mexerica.

 

Fachada da Paca Polaca, ali na divisa de Pinheiros com o Sumarezinho –aliás ela fica a três quadras da estação Sumaré, facinho de chegar. E a casa também faz entregas de bicicleta na região, ou de moto, para bairros mais afastados.

Paca Polacamapinha aqui
Rua Amália de Noronha, 339, Pinheiros; tel. (11) 3060-8228