Perro Libre Pinheiros: 15 torneiras de cerveja artesanal e uma cozinha afinada
Meu destino é ser cervejeiro. Quanto mais conheço, mais me apaixono. Nem se assustem se eu aparecer qualquer dia nos stories moendo malte. Eu me empolgo.
Nessa semana fui conhecer a Perro Libre Pinheiros e pirei com aquele balcão com 15 torneiras de chope. É o primeiro da cidade com quatro zonas na câmara fria, para que você tome sua cerveja na temperatura certa. Além dos rótulos da casa, há sempre 4 ou 5 cervejas convidadas.
Você escolhe a cerveja no painel, onde está o nome, estilo, teor alcoólico e preço por ml. Aproxima o cartão, que você carrega previamente no caixa, e depois é só abrir a torneira e se servir da quantidade desejada. Eu provei goles mínimos até chegar na minha favorita –a torneira mede a partir de 3 ml.
Meu lado sommelier adora uma boa relação custo x benefício, por isso a APS SAO, uma cerveja Pale-Lager foi uma das favoritas da noite. Também curti a IPA – American, amargor intenso mas frutado, e bem cítrica.
E já que viemos beber, bom comer alguns beliscos também. A cozinha, do outro lado do salão, é aberta e tem um menu de inspiração latino-americana. A chef boliviana Monica Galeno criou pratos perfeitos para acompanhar as cervejas.
Comece com o Mix de raízes (R$ 15), que traz chips de banana, batata doce branca e roxa e um molho de páprica picante defumada que é sensacional. Reserve um pouco para passar nos sandubas ou compre outro potinho (R$ 3).
A salteña (R$ 14) é ao estilo boliviano. É mais suculenta –vem até uma colher para tomar o caldo– e com carne picada na faca, ovo, batata, azeitona preta, passas e ervilhas. Excelente!
O Sandwich de chola (R$ 28) é um dos mais pedidos. Pudera: é feito com pernil de porco assado na cerveja por 14 horas, fica todo desfiadinho. Agora, o pão é um show à parte: descoberto pela chef no St. Chico, ali na Fernão Dias, 461, é daqueles pães de levain com crosta crocante e miolo macio.
Os veganos também vão ficar felizes com esse Choripán vegano (R$ 29). Vem com linguiça de grão-de-bico marinada em salsa anticuchera (com alho, orégano, aji amarelo, vinagre e azeite). Ela é grelhada e vem no pão de levin com maionese de abacate, alface e chimichurri. Os dois sanduíches trazem chips de raízes.
O set musical é todo latino também. Aliás, esses são os pilares que norteiam a Perro Libre: DNA latino-americano, cultura cervejeira e insumos artesanais. E a casa é pet friendly, pode levar seu ‘catioro’ para tomar umas agüitas.
Falando em DNA latino-americano, olha essa torta de alfajor (R$ 18) feita com discos de massa crocante entremeadas com doce de leite e coberta com chantilly. Tudo feito na casa.
Pausa para adoçar o espírito, porque esse merece!
A casa tem ainda uma enxuta carta de drinques com preços que variam de 18 a 30 reais, todos com um toque de cerveja. Mas aqui é o único lugar onde as pessoas querem mesmo é ir para o paredão.
A fachada “corporativa” é meio fria por fora, mas lá dentro a coisa ferve. Bom mesmo é ficar nos bancos da varanda harmonizando uma cervejinha com a brisa. Um belo programa!
Em tempo: toda terça-feira, rola La Buena Hour, das 17h às 20h, com todas as cervejas engatadas da casa pela metade do preço. E toda quarta-feira, das 17h às 20h, tem o Dame Dos: na compra de um drinque você ganha outro igual ou de menor valor. Me encontrem lá!
Perro Libre Pinheiros – mapinha aqui
Rua Cunha Gago, 83 – Pinheiros, Tel.: (11) 3562-8070
Fotos: Marcelo Katsuki/Folhapress