Arvo oferece experiência gastronômica que merece ser vivida no Recife
Em recente viagem ao Recife fui conhecer o Arvo, restaurante instalado em um amplo e arborizado quintal que eu já vinha namorando pelas redes. Esse modelo de proposta causa uma especial atração nos grandes centros com seu apelo de “quintal de casa da avó”, mas é notório que ter apenas um espaço aconchegante não basta.
No setor de alimentos e bebidas, cada vez mais é a experiência que conta: comida, serviço, ambiente e, claro, boa companhia. E quando essa equação se encontra em uníssono é que entendemos a aplicação do termo “restauração”. Essa é a magia dos restaurantes verdadeiramente bons.
As paredes pintadas por artistas locais fazem do quintal uma verdadeira galeria ao ar livre.
A cena gastronômica no Recife é rica e diversificada. A oferta de frescos pescados divide a atenção com carnes em preparos regionais e vem se renovando com a adoção de técnicas e novas abordagens. É aí que entra a cozinha do Arvo. O chef Pedro Godoy, formado em Gastronomia pelo Senac PE, tem em sua bagagem experiências no Oficina do Sabor e no Beijupirá, de Olinda, e no Wiella Bistrô, no Recife, além de uma temporada de três anos na Austrália. E o Arvo surgiu há um ano como um espaço para exercitar uma cozinha estimulante que renova a culinária regional com pratos criativos e ricos em sabor.
A casa ocupa um terreno enorme repleto de árvores –de onde se originou seu nome– e é um lugar para ser contemplado. O público, de perfil bastante plural, chega para o café da manhã nos finais de semana e acaba emendando o almoço. Godoy e seu sócio, Eduardo Freyre, anunciam para breve a abertura de uma escola de gastronomia no local. Viva o empreendedorismo!
O atum curado (R$ 70) é uma ótima maneira de se começar uma refeição no Arvo. Traz lâminas do peixe curado cobertas com aioli, alcaparras, passas condimentadas, pétalas de flor e brotos. Vem acompanhado de pão pita feito na casa.
Os croquetes de cupim (R$ 28) também fazem bonito. Chegam crocantes e sequinhos explorando bem o sabor untuoso da carne, que pode ser realçado pelo vinagrete de pimenta de cheiro e também pelo aioli.
A carta de drinques é assinada por Dilton Sales e traz criações como o La Tamarinda (R$ 25), com gin, tamarindo, suco de laranja e soda e o Tacagin, coquetel refrescante que vem na cuia de tacacá, com gin, xarope de tamarindo, tônica e canela.
O burguinho de carneiro (R$ 40) tem a carne grelhada e caramelizada no próprio glacê, potencializando o seu sabor. E o chef escolheu o macio pãozinho delícia para a montagem, coberto com parmesão.
Essa panelinha acomoda cubos de cupim assado no creme de milho (R$ 40), uma combinação que encanta. Chega acompanhada de vinagrete de feijão verde e farofa de flocão de arroz.
Eis que surge a carne de sol de filé mignon com nhoque frito (R$ 98). Uma porção para ser compartilhada que traz a carne fatiada sobre um irresistível roty de rapadura e cebolas tostadas. Um caldo denso para ser saboreado até a última gota.
O nhoque de batata com parmesão vem empanado, coberto com cebolas fritas sobre um bechamel de milho verde. Um acompanhamento com cara de protagonista e que se mostra surpreendentemente leve.
Como terminar essa refeição com mais brasilidade? Peça o pudim cremoso de tapioca ao leite de coco fresco (R$ 30) com sorvete de açaí, pipoca caramelizada com leite em pó e calda quente de cupuaçu.
Outra opção é o Chocolatudo (R$ 28), que traz o ingrediente em cinco texturas. O cheesecake (R$ 25), discreto ali no fundo da foto, traz calda de morango e utiliza biscoito de amêndoas. Trivial que surpreende.
A horta do restaurante ocupa o terreno atrás da cozinha e fornece boa parte das ervas e hortaliças utilizadas nos preparos.
O Arvo é mais uma das atrações imperdíveis do Recife, juntamente com outros dois “quintais” favoritos: o Cá-já e o Reteteu Comida Honesta. Lugares para se comer bem em ambientes aprazíveis, conectados às ricas tradições regionais mas com um pé no futuro.
Arvo Restaurante – mapinha aqui
Endereço: rua Djalma Farias, 170, Torreão, Recife/PE
Almoço: terça a domingo – 11h45 às 16h / Café da manhã : Sáb e dom – 08h às 11h
Fotos: Marcelo Katsuki/Folhapress e divulgação (foto do chef)